Foto: Saulo Cruz/SAE

Diante do alto grau de interatividade de um mundo digital cada vez mais conectado à internet, os indicadores internacionais têm tido um papel fundamental na sociedade. Foi o que constatou o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Marcelo Neri, nesta quinta-feira, 22 de maio, ao participar do Painel Diálogos sobre os ODM: Avanços e Desafios no Cumprimento das Metas do Milênio.

O evento, promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República, contou com a presença de representantes da sociedade civil, gestores públicos, especialistas e convidados internacionais para dialogar sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) e a Construção da Agenda Pós-2015.

Marcelo Neri traçou uma relação entre a internet, os sistemas de governo, o funcionamento da democracia de forma global e uma série de indicadores utilizados para medir o progresso social.

“O Brasil está passando por muitas mudanças e a realidade brasileira está surpreendendo muito. Estamos em um momento de forte transição no país e no mundo, com uma tendência à hiperconectividade que não era previsível. Podemos dizer que estamos em uma democracia 2.0, onde a internet e as redes sociais mudaram, nos últimos meses, o patamar da interação entre as pessoas”.

Dada a riqueza das interações deste mundo interconectado, disse o ministro, surge a necessidade de se utilizar medidas para direcionar o debate público e avaliar a maneira como a sociedade vem evoluindo. “O conceito mais usual para medir o progresso das nações e da sociedade é o PIB per capita. Como economista, sei a importância desse indicador, mas para medir o progresso de uma sociedade precisamos levar em conta outras vertentes de indicadores”.

Nessa linha, o ministro da SAE falou sobre a importância dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que possuem indicadores globais, e destacou também o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o IDHM (IDH dos municípios), que trazem uma abordagem complementar. Ele citou ainda os indicadores subjetivos que medem os índices de felicidade das pessoas, como a Pesquisa Meu Mundo (My World), da ONU, que consiste em uma consulta a cidadãos do mundo inteiro sobre o que consideram como prioridades de desenvolvimento para depois de 2015.

“A vantagem desses indicadores é que é possível comparar o Brasil com uma série de outros países, usando a mesma métrica. Estamos nos aproximando do prazo final das Metas do Milênio, que é 2015, já pensando nas novas metas pós-2015. Hoje estamos discutindo o final de um ciclo e o início de outro”.

Ao falar sobre a primeira meta dos ODMs, de reduzir a pobreza extrema e a fome pela metade em 25 anos, Marcelo Neri destacou a evolução do Brasil. “Em 10 anos, a pobreza no Brasil teve uma queda de 69%, sendo que a meta era reduzir 50% em 25 anos. Em termos de redução da pobreza, o Brasil está em uma velocidade muito interessante”.

A evolução brasileira também foi apresentada pelo ministro por meio do Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM). Em 2000, 41% dos municípios do país possuíam índice de desenvolvimento considerado muito baixo. Em 2010, esse número reduziu-se a 0,6%. “Existe uma transformação profunda no Brasil, com uma transformação estrutural na base. E esse processo está apenas começando”.

As diversas atividades, painéis e oficinas envolvendo diálogos sobre os ODMs e a Construção da Agenda Pós-2015 foram uma prévia para o lançamento do Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODMs, nesta sexta-feira, com a participação da presidenta Dilma Rousseff.

Fonte: www.sae.gov.br