ENCAUCHADOS DE VEGETAIS DA AMAZÔNIA
Date: 2012-05-08
Inscrita como: Organização
Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio), busca incorporar a
sabedoria tradicional dos povos indígenas na manipulação do látex nativo, a partir de uma
tecnologia simples, barata e de fácil assimilação. Trata-se da técnica de fabricação dos
encauchados - sacos impermeáveis em que o látex não é coagulado nem defumado, mas
concentrado por meio da secagem pela evaporação em temperatura ambiente. A técnica
melhora a qualidade da borracha, sua durabilidade e resistência a intempéries.
O projeto segue o processo tradicional, onde o seringueiro corta, colhe e processa a
borracha. A inovação vem da agregação de valor ao látex colhido e da preparação de
produtos artesanais, onde ocorre a maior valorização da matéria-prima. A tecnologia é
aplicada em 28 unidades produtivas, como aldeias indígenas e comunidades extrativistas
do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. O público atendido reside em terras indígenas
e Unidades de Conservação de Uso Sustentável na Amazônia, das etnias Shanenawa,
Kaxinawá, Kaxarari e Apurina, onde existem seringueiras nativas no meio da floresta
preservada. Por sua simplicidade e facilidade de execução, a atividade atende a todas as
idades, inclusive idosos e pessoas com deficiência.
A tecnologia dos encauchados conta com o efetivo envolvimento da comunidade, desde a fase
de pesquisas, passando pela construção da unidade até a capacitação do grupo, por meio
de oficinas, onde o látex é transformado em uma linha diversificada de produtos artesanais
prontos para serem comercializados, sem depender de intermediários ou atravessadores.
Os produtos gerados são comercializados pelas organizações de base e os recursos são
divididos entre os coletores de látex e artesãos.
Alguns pontos fortes do projeto merecem destaque. Em primeiro lugar, o resgate da autoestima
dos povos da floresta, com o fortalecimento dos seus traços culturais, manutenção do seu
modo e estilo de vida e promoção de ganhos econômicos, sociais e ambientais. Destaca-se
também a melhoria da qualidade de vida, com a erradicação da pobreza, geração de trabalho
e renda e inclusão social. Há ainda ganhos ambientais, com equilíbrio da biodiversidade,
menos desmatamentos e redução das queimadas.